quarta-feira, 22 de julho de 2015

Poema Começado no Fim - Adélia Prado


Poema Começado no Fim


Um corpo quer outro corpo.

Uma alma quer outra alma e seu corpo.

Este excesso de realidade me confunde.


Jonathan falando:

parece que estou num filme.

Se eu lhe dissesse você é estúpido

ele diria sou mesmo.

Se ele dissesse vamos comigo ao inferno passear

eu iria.


As casas baixas, as pessoas pobres,

e o sol da tarde,

imaginai o que era o sol da tarde

sobre a nossa fragilidade.


Vinha com Jonathan

pela rua mais torta da cidade.


O Caminho do Céu.


Adélia Prado


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